Biodiversidade dos Açores

um mundo a explorar!

Os Açores fazem parte da zona Biogeográfica da Macaronésia, que inclui os arquipélagos da Madeira, Canárias, Cabo Verde, ilhas Selvagens e uma franja da costa ocidental de África.

As condições geológicas, geográficas e climatéricas, dos Açores proporcionam uma grande variedade de biótopos, ecossistemas e paisagens singulares com um elevado número de habitats e uma interessante diversidade de espécies, algumas delas endémicas.

Paisagens deslumbrantesDas fontes hidrotermais nas profundezas do oceano até à montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, ocorrem inúmeros organismos, desde bactérias mil vezes menores do que um milímetro até à baleia azul com 180 toneladas, passando pelo painho-de-monteiro que apenas habita nos ilhéus da Graciosa, pelo priôlo na Serra da Tronqueira, pelos artrópodes troglóbios, das cavidades vulcânicas, ou pela Marsilea azorica numa zona húmida na Terceira, são alguns exemplos da elevada biodiversidade existente nos Açores.

Das cerca de 400 espécies de algas dadas para o arquipélago, 7 estão registadas como endémicas, e das 460 espécies de peixes (distribuídas por 142 famílias), apenas duas são consideradas endémicas, apesar de se pensar que uma importante componente das espécies de peixe que abundam junto à costa, serem espécies endémicas da Macaronésia.

Por serem uma importante zona de transição entre os trópicos e a região temperada do Atlântico Norte, os Açores funcionam como um local de reprodução, crescimento e descanso para muitas espécies marinhas. O arquipélago suporta mesmo uma diversidade de espécies migratórias, entre as quais peixes, tartarugas, aves e cerca de 25 espécies de cetáceos.

No Biota terrestre dos Açores, conhecem-se cerca de 4 487 espécies e subespécies de líquenes, plantas e animais.

Os artrópodes são o grupo de organismos terrestres mais diverso, com 2227 espécies e subespécies contadas, das quais 267 são endémicas.

As 947 plantas vasculares, (68 endémicas), os líquenes (632 dos quais 12 endémicos) e os briófitos (438 dos quais 9 endémicos) são os outros grupos mais diversos nos Açores.

Estão descritas nos Açores cerca de 65 espécies de aves, das quais 12 endémicas, mas apenas 35 nidificam na Região.

Em relação aos mamíferos, existem apenas 2 espécies de morcegos, uma das quais endémica, o Nyctalus azoreum.

Conhecem-se ainda 111 espécies de moluscos dos quais 49 são endémicos, 80 espécies de nemátodos dos quais 2 são endémicos e 21 espécies de anelídeos.

Todas estas espécies vivem em habitats característicos, alguns deles muito raros, que se distribuem desde a costa até à montanha, nos vulcões, grutas, florestas, matos, prados, pastagens, turfeiras, lagoas e ribeiras.

Toda esta biodiversidade justifica a existência da Rede Regional de Áreas Protegidas, que engloba 124 Áreas Protegidas, das quais 22 na Ilha do Pico, das quais se destacam 4 àreas ZEC e 4 ZPE da Rede Natura 2000 e um sítio Ramsar.

Encontra-se também classificada pela UNESCO, como Património da Humanidade a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico.

Ao abrigo do programa Man and Biosphere da UNESCO,as ilhas de Corvo, Graciosa e Flores foram clçassificadas como Reservas da Biosfera.

A pouca idade geológica das ilhas aliada à dificuldade de colonização dada a distância a continentes e à ausência de plataforma continental, contribui para que o biota marinho dos Açores (fauna e flora) seja constituído por poucas espécies.

A sua flora tem uma diversidade elevada e o número de endemismos é muito considerável pois são uma relíquia do que resta de uma vegetação que remonta à Era Terciária, que desapareceu em quase todo o continente europeu devido às glaciações ocorridas no final do período terciário. O botânico Philip Baker (1860) utilizou inicialmente o nome Macaronésia para incluir os arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde.

Um dos habitats singulares dos Açores encontra-se nas fontes hidrotermais, que suportam comunidades únicas, com elevadas taxas de produtividade e biomassa. Estes campos hidrotermais apresentam uma composição e densidade de espécies endémicas bastante variáveis, que incluem bactérias quimio-autotróficas, mexilhões gigantes, poliquetas, camarões e a estas comunidades associam-se ainda espécies únicas de invertebrados e vertebrados tais como lapas, caranguejos e peixes de profundidade. As fontes hidrotermais dos Açores têm sido alvos de aprofundados estudos devido à sua grande riqueza a nível de ecossistemas e à sua raridade à escala mundial.

Por serem uma importante zona de transição entre os trópicos e a região temperada do Atlântico Norte, os Açores funcionam como um local de reprodução, crescimento e descanso para muitas espécies marinhas. O arquipélago suporta mesmo uma diversidade de espécies migratórias, entre as quais peixes, tartarugas, aves e cerca de 25 espécies de cetáceos.

Com vista ao ordenamento e gestão deste vasto património natural a Rede Regional de Áreas Protegidas dos Açores, foi recentemente reformulada de acordo com os critérios da IUCN, criando nove Parques Naturais de Ilha e um Parque Marinho dos Açores.

Como resultado da aplicação de Directivas Comunitárias e Convenções Internacionais, foram criadas 15 Zonas de Protecção Especial e 26 Sítios de Importância Comunitária, que recentemente foram classificados como Zonas Especiais de Conservação, da Rede Natura 2000 e ainda 12 Sítios RAMSAR e 8 Sítios OSPAR.

Ilhéu de Vila Franca, São Miguel
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Ilha Terceira
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Cachalote
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Plutonia brumalis
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Cagarro, Calonectris diomedea borealis
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Garajau-rosado, Sterna dougallii
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